A projeção do crescimento do PIB em apenas 0,1% no 1o trimestre de 2024 acendeu a luz amarela em todos os setores produtivos do país. A indústria nacional ficou estagnada ao longo de 2023, com crescimento de apenas 0,2% no ano, índices que permaneceram nos primeiros meses de 2024. Neste período, a taxa de desemprego ficou estável, em 7,4% até janeiro.
Ainda neste período, houve um aumento no consumo de serviços pelas famílias, em 3,6% na comparação com o último trimestre de 2023, porém concentrado em maior gastos com telefonia.
Como não há indícios de recuperação da atividade econômica nos meses seguintes, e previsão de redução da produção agrícola em 5% no comparativo com 2023, é de se esperar algum aumento da taxa de desemprego, o que condiciona diminuição da massa de usuários de plano de saúde e o número de compradores diretos de serviços de saúde através de pagamento particular ou por cartões de desconto.
Além disso, é de se esperar atrasos no pagamento de honorários para profissionais de saúde contratados em regime de pessoa jurídica devido à baixa arrecadação direta de tributos em municípios e estabilização dos repasses federais, sem crescimento real em relação a 2023, em especial o FPM – Fundo de Participação de Municípios.
Em resumo, todas as vezes em que o cenário econômico não gera boas expectativas no curto prazo, as pessoas e famílias tendem a “segurar” o dinheiro, aumentando a taxa de poupança, esperando tempos mais previsíveis economicamente para realizar mais despesas.
Assim, é fundamental que os profissionais de saúde mantenham custos e despesas organizadas e coloquem nas suas estimativas de receita a possibilidade dos atrasos de pagamentos, evitando custos excessivos com juros e multas de compromissos já contratados.
Por outro lado, o investimento em marketing e capacitação profissional não deve ser deixado de lado, pois são alicerce para um crescimento sustentado do seu consultório, negócio ou profissão.
Por outro lado, no setor público, a limitação de recursos financeiros deve ser amplamente trabalhada pelos gestores, sendo inaceitável que transfiram problemas orçamentários para profissionais que atuam incessantemente para manter as boas condições de saúde da população.
Recomendações aos gestores municipais que dependem prioritariamente dos recursos do FPM:
Os gestores municipais devem manter atenção aos planejamentos financeiros e ter controle das finanças da prefeitura. É preciso cautela em relação ao uso dos repasses do Fundo, uma vez que há a expectativa de pequeno crescimento neste ano. Além das recomendações já citadas, os gestores municipais devem considerar as seguintes dicas ao utilizar os recursos do FPM:
- Planejamento financeiro: é importante que os gestores tenham um planejamento financeiro bem elaborado para garantir que os recursos do FPM sejam utilizados de forma eficiente e eficaz.
- Recursos Vinculados: realizar a correta utilização e aplicação dos recursos vinculados, de acordo com as transferências realizadas, economizando os repasses do FPM.
- Transparência: os gestores devem garantir a transparência na utilização dos recursos do FPM, informando à população sobre os gastos realizados.
- Prudência: os gestores devem ser prudentes ao utilizar os recursos do FPM, evitando gastos desnecessários sobre essa fonte, priorizando o vinculado primeiro.
Aqui estão algumas dicas específicas para a segunda parcela do FPM de janeiro de 2024:
- Atenção à inflação: a inflação está em alta no Brasil, o que pode impactar o valor dos gastos dos municípios. Os gestores devem estar atentos a esse fator para garantir que os recursos do FPM sejam suficientes para atender às necessidades da população.
- Investimentos: os gestores também podem utilizar os recursos do FPM para investir em infraestrutura, educação, saúde ou outras áreas importantes para o desenvolvimento do município. Esses investimentos podem trazer benefícios para a população a longo prazo.
É importante que os gestores municipais avaliem as necessidades específicas de seus municípios ao tomar decisões sobre a utilização dos recursos do FPM.
fontes:
FPM.pdf?v=484
https://portalibre.fgv.br/noticias/economia-avanca-apenas-01-no-1a-trimestre-de-2024